Começaram com Wada em 1964/65 e continuaram com Ikeda e colaboradores em 1965/66, Lami e Hanquet em 1969 e Tabor em 1970. Em 1974, Hart reportou uma série controles randomizados mostrando uma redução na necessidade de fluidos, aceleração da cicatrização e redução da mortalidade quando os pacientes eram comparados aos controles da “United States Nacional Burn Information Exchange Standards”. Waisbren e colaboladores relataram uma redução na função renal, uma diminuição da circulação WBC e um aumento na cultura positiva de sangue em uma retrospectiva série de pacientes que não tinham recebido oxigenoterapia hiperbárica. Nenhum efeito salutar pôde ser demonstrado. Grossman e Grossman relataram uma grande e incontrolada série clínica mostrando uma cicatrização melhorada, redução da permanência hospitalar e redução da mortalidade. Merola e Piscitelli em 1990, em estudos randomizados mostraram aceleração da cicatrização em 37 pacientes tratados com OHB contra 37 pacientes não tratados. Niu e associados em 1991 recentemente demonstraram larga série, mostrando estatisticamente significante redução na mortalidade em 266 graves pacientes queimados que receberam OHB quando comparado a 609 pacientes controlados. Eles também observaram a baixa incidência de infecção e relataram que a OHB (Oxigenoterapia Hiperbárica) permitiu aos cirurgiões mais tempo para definir a extensão da lesão adicionada a uma redução da necessidade da cirurgia incluindo enxertos de pele em uma série de pacientes com 40-80% de queimaduras quando comparadas com pacientes que não haviam sido tratados com a terapia OHB. Pacientes tratados com OHB demonstraram uma economia média de US$ 107.000 (107.000 dólares) por caso (36%). Maxwell e colaboradores têm recentemente reportado uma redução em cirurgias, recuperação no ganho de peso, redução nos intensivos cuidados diários, no tempo total de hospitalização, redução dos casos de sepsis e no custo hospitalar.
Lesões por Inalação
Considerável atenção tem sido dada ao uso da oxigenoterapia hiperbárica nos casos de lesão por inalação para que seja atenuado o perigo de danos ao sistema pulmonar principalmente nos pacientes que necessitem ser mantidos em níveis elevados de O2 inspirados.
Indicação e Seleção dos Pacientes
O tratamento com oxigenoterapia hiperbárica normalmente é recomendado para pacientes com 20% da superfície corporal atingida ou mais ou, nos casos em que envolvam mãos, face e região perineal. Os pacientes com queimaduras superficiais ou profundas também são candidatos ao tratamento com oxigenoterapia hiperbárica.
Protocolo de Tratamento
O tratamento deve começar logo que possível após a lesão para oferecer uma ressuscitação inicial e pode ser dividido em dois tempos nas primeiras 24 horas em duas vezes ao dia por um período de 90 minutos cada a 2,5 ATA. Crianças devem ser tratadas por 45 minutos duas vezes inicialmente por dia. Nos casos menos críticos os pacientes podem ser submetidos a apenas uma sessão diária de oxigenoterapia. Os pacientes devem ser monitorados inicialmente e em seqüência de tratamento, bem como, podem ser mantidos em respiradores. Em grandes queimados com um percentual de 40% ou mais, o tratamento poderá passar dos 15 dias com uma média de 20 a 30 sessões de modo que não excedam 40 a 50 sessões a não ser em casos especiais. Esses pacientes tanto podem ser tratados em uma câmara monoplace bem como em uma multiplace que devem estar o mais próximo possível da Unidade de Queimados ou Centro de Tratamento de Queimaduras.
Minha Experiência no Tratamento das Queimaduras com OHB
Iniciei em outubro de 1993 o tratamento em pacientes com queimaduras fazendo o uso de oxigenoterapia nos casos em que se tornavam imprescindíveis a terapia coadjuvante ao tratamento dos pacientes queimados, na nossa Unidade de Queimados do Centro Hospitalar São Marcos em RECIFE – PE e durante esse período, tenho observado, que a administração da oxigenoterapia hiperbárica tem tido enorme contribuição para a redução imediata do edema em torno da segunda sessão pós-queimadura, aumento na oferta de oxigênio aos tecidos (transportado através do plasma), aumento na fagocitose, estímulo a neo-formação vascular, aumento na defesa do organismo contra infecções através do efeito bactericida e bacteriostático do oxigênio, estímulo à angiogênese possibilitando a formação de fibroblastos, redução em torno de 30 a 40% no tempo de cicatrização possibilitando ao paciente um menor tempo de hospitalização e consequentemente uma alta mais precoce possível, além de, quanto mais breve a cicatrização melhor será a qualidade da cicatriz.