Oxigênio Hiperbárico como Terapia Coadjuvante para Osteomielite

O oxigênio hiperbárico é usado para o tratamento da embolia gasosa, da doença por descompressão, da osteorradionecrose, da intoxicação por monóxido de carbono, dos problemas com a cicatrização das feridas, dos esmagamentos, das infecções do pé diabético, da mionecrose clostridrica e da fasciíte necrosante no hospedeiro comprometido. Os resultados de vários ensaios clínicos mostram que a terapia coadjuvante com oxigênio hiperbárico (OHB) também pode ser útil no tratamento da osteomielite crônica.

Na pratica, a osteomielite é uma doença em que é difícil avaliar a eficácia dos antibióticos, da cirurgia, ou das terapias coadjuvante tipo oxigênio hiperbárico. Historicamente, os estudos clínicos comparativos é o padrão usado para avaliaras eficácias das diferentes terapias. Contudo, a múltipla variável clinica inerente na osteomielite dificultam a elaboração e avaliação dos estudos clínicos comparativos. As variáveis importantes incluem diferenças nos ossos, nos microorganismos, no(s) antibiótico(s) usado(s) no tratamento, nas vias de administração dos antibióticos, nos tipos de cirurgias, na adequação do desbridamento, no controle do espaço morto, no momento da cirurgia e no estado dos tecidos moles adjacentes. Levando-se em conta que a osteomielite pode recidivar ate vários anos após uma terapia aparentemente bem-sucedida, recomenda-se um mínimo de 2 5 anos de acompanhamento.

Por fim, diferentes autores, quando relatam os resultados de seus tratamentos, conceitualizam de forma diferente os termos cura, parada, melhora e insucesso do tratamento. Até que um paradigrama de estadiamento universal para a osteomielite seja aplicado sistematicamente e que as variáveis tenham do controlada, continuará sendo difícil avaliar os estudos clínicos. Atualmente, os dados mais.

Validos sobre osteomielite provem de estudos em modelos animais nos quais as variáveis podem ser controladas rigidamente.

Resultados dos Estudos

Os resultados de vários ensaios clínicos abertos sugeriram que a terapia coadjuvante com oxigênio hiperbárico é útil no tratamento da osteomielite crônica. Relatam cinco pacientes com osteomielite crônica refrataria que mostram melhora clinica depois que foram tratados com oxigênio hiperbárico a duas atmosferas absolutas. Perrins Et Al. Relataram que 24 pacientes com osteomielite recidivante crônica e trajetos fistulosos, nos quais a sequestrectomia previa, os antibióticos, ou a marsupialização haviam fracassado. Entretanto, uma combinação de OHB e antibioticoterapia resultou em cicatrização de 17 desses 24 casos. Em outros quatro casos, a drenagem através do trajeto fistuloso diminuiu.

Nos três casos restantes, os trajetos fistuloso não foram influenciados pelo tratamento. Depenbush et al relataram 50 pacientes que não haviam respondido á terapia antibiótica e cirúrgica. Trinta e cinco (71%) pacientes acharam que sua osteomielite havia cicatrizado completamente após a OHB. Os outros 15 pacientes relataram algumas melhoras objetiva ou sugestiva. Dois estudos nos quais os pacientes foram usados como seus próprios controles foram relatados por Morrey et al. e Davis et al relata que 40 pacientes com osteomielite crônica que não haviam respondido a uma seqüência anterior de antibióticos e cirurgia. Todos os pacientes satisfaziam os seguintes critérios: a infecção persistia por mais de um mês; havia sido feito pelo menos num desbridamento cirúrgico; haviam sido administrados antibióticos parenterais por pelo menos um ano após a terapia. Após o tratamento com OHB, de uma cirurgia apropriada e do tratamento e do tratamento com antibióticos, 34 pacientes (85%) continuavam clinicamente livres da doença e 6 tiveram recidivas de sua osteomielite. Davis et al.relata 38 pacientes com osteomielite crônica que não responderam a uma seqüência anterior de terapia antibiótica e cirúrgica. Davis et al. utilizou os mesmo critérios que de Money et al.A doença foi controlada em 34 pacientes (89%) tratados em oxigênio hiperbárico coadjuvante, antibióticos e cirurgia.

Em resumo, esses estudos forneceram evidencia para as seguintes conclusões: o oxigênio hiperbárico, quando administrado em condições padronizadas de tratamento, era tão eficaz quanto a cefatolina na erradicação de S. Aureus do osso infectado; o osso osteomielitico no modelo experimental possui fluxo sanguíneo reduzido e uma pressão parcial de oxigênio grandemente reduzida; o OHB não afeta diretamente essa cepa de S. Aureus; e o OHB consegue restaurar as tensões intramedulares de oxigênio para níveis fisiológicos ou suprafisiológicos, porem não aumenta agudamente o fluxo sanguíneo no osso osteomielitico. O OHB pode ser eficaz na osteomielite por S. aureus, pois aumenta o oxigênio intramedular para tensões em que a destruição pelos fagócitos pode prosseguir com maior eficácia.

Efeitos da Oxigenoterapia

O aumento da tensão de oxigênio exerce um efeito letal direto sobre os microorganismos estritamente e alguns aeróbicos microaerofilicos. Durante a oxigenoterapia hiperbárica, um aumento na tensão de oxigênio resulta em maior concentração de superoxido, tanto dentro quanto fora das células.

Os microrganismos anaeróbicos são extremamente sensíveis a esses radicais do oxigênio, pois a maioria deles carece da enzima que degrada o superoxido, a dismutase superoxido, assim como da enzima que degrada o peróxido de hidrogênio, a catalase.

O oxigênio hiperbárico acentua a acoa bactericida da classe aminoglicosidica de antibióticos. Os aminoglicosídios carem de boa atividade antibacteriana sob baixas tensões de oxigênio.

A cicatrização das feridas é um processo dinâmico e uma boa tensa de oxigênio e mandatoria para que o processo de cicatrização possa prosseguir. O OHB proporciona oxigênio para promover a produção de colágeno, a angiogenese e, finalmente, a cicatrização das feridas em um meio ambiente isquêmico ou infectado.

Jon T. MD, Kenneth R. Adams, Ms William R.