Por não ser um tratamento muito comentado, a maioria das pessoas não conhece a oxigenoterapia hiperbárica, outros conhecem, mas acham que é um novo tratamento ainda em fase de testes. Porém se trata do tratamento mais antigo ainda em uso e com muitos estudos comprovando sua eficácia. Um dos quadros mais comuns que a terapia hiperbárica trata, com altas taxas de sucesso, é o pé diabético. Hoje resolvemos trazer um estudo mais antigo, publicado em 1996, comprovando já naquela época o sucesso da OHB para esses quadros.
O estudo foi publicado na American Diabetes Association com o nome de “Adjunctive Systemic Hyperbaric Oxygen Therapy in Treatment of Severe Prevalently Ischemic Diabetic Foot Ulcer: A randomized study”. Ele pretendia avaliar a eficácia da oxigenoterapia hiperbárica (OHB)na diminuição da taxa de amputação em pacientes diabéticos hospitalizados por úlcera grave no pé.
Para isso, de agosto de 1993 a agosto de 1995, 70 diabéticos foram consecutivamente admitidos nas unidades de tratamento dos estudiosos para tratar úlceras nos pés. Todos os indivíduos foram submetidos ao mesmo protocolo diagnóstico-terapêutico e foram randomizados para serem submetidos ou não ao grupo que faria a OHB como tratamento coadjuvante. Dois sujeitos, um de cada grupo, não completaram o protocolo e, portanto, foram excluídos da análise dos resultados. Então, ao final, 35 indivíduos receberam tratamento coadjuvante da OHB e outros 33 não receberam.
Os resultados foram positivos. Do grupo tratado (média de 38 sessões), apenas três sujeitos foram submetidos a grande amputação: dois abaixo do joelho e um acima do joelho. Enquanto no grupo não tratado, 11 indivíduos (33,3%) foram submetidos a grande amputação: 7 abaixo do joelho e 4 acima do joelho. A diferença é estatisticamente significativa. Portanto, eles concluíram que a oxigenoterapia hiperbárica em conjunto com um protocolo terapêutico multidisciplinar, é bastante eficaz na diminuição de grandes amputações em pacientes diabéticos com úlceras graves prevalentemente isquêmicas do pé.