Há alguns anos foi publicado na revista Acta Cirúrgica Brasileira um artigo científico intitulado “Oxigenoterapia Hiperbárica e Regeneração Hepática”. O estudo foi realizado por pós-graduandos e docentes dos departamentos de cirurgia, anatomia e patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
O interessante desse estudo é que ele nos mostra como a oxigenoterapia hiperbárica pode ser um aliado no tratamento de doenças hepáticas, com resultados muito significativos.
O que os estudiosos nos dizem dessa relação é o seguinte:
Na área da hepatologia poucos trabalhos são encontrados na literatura. Inicialmente, a OHB foi descrita para a preservação de enxertos hepáticos, em 1968. Recentemente, alguns autores aprofundaram-se no estudo dos efeitos e da utilização da OHB em outros campos da hepatologia. Burk e col tratou um grupo de ratos com 2 atm de oxigênio por 6 horas após a administração de CCl intragástrico e observou um aumento na sobrevida de 31% para 96%. Este autor, baseado em seus achados, conclui que a oxigenoterapia hiperbárica deva ser utilizada o mais precoce possível em todos os casos de intoxicação por CCl em humanos.
Mazariegos e col. em 1999, publicou estudo comparando a evolução de crianças submetidas a transplante de fígado que evoluíram com trombose precoce da artéria hepática (TAH). Neste trabalho o autor comparou 14 casos de TAH que ocorreram entre 1989 e 1994 (grupo controle), com 17 casos de TAH que ocorreram entre 1994 e 1998 os quais foram submetidos a oxigenoterapia hiperbárica iniciada nas primeiras 24 horas do diagnóstico. O Grupo de Mazariegos observou que não houve diferença significativa na sobrevida e na taxa de retransplante. Porém, os casos que necessitaram retransplante, foram realizados mais tardiamente e em condições semi-eletivas no grupo tratado com OHB (p<0,05). Isto poderia explicar a mortalidade zero neste grupo quando submetido a retransplante contra 2 óbitos dos pacientes submetidos a retransplante que não receberam OHB.
Uwagawa e col. em 2001 comparou, em estudo experimental, o efeito da oxigenoterapia hiperbárica em ratos submetidos a ligadura do ramo direito da veia porta, simulando a técnica de embolização pré-operatória da veia porta. O autor observou aumento significativo dos níveis séricos de fator de crescimento de hepatócito (HGF), aumento na proliferação celular e hipertrofia compensatória nos segmentos hepáticos não ligados do grupo que recebeu OHB.
Desta forma, a oxigenoterapia hiperbárica surge como mais uma ferramenta para o tratamento das doenças hepáticas. É necessário, no entanto, trabalhos experimentais e clínicos para ampliar os conhecimentos existentes nesta área. Neste sentido, resultado preliminar de estudo sobre o efeito da oxigenoterapia hiperbárica na regeneração hepática, realizado em nosso laboratório, revelou aumento de aproximadamente 50% da regeneração hepática, avaliada pelo método do PCNA.
Consulte seu médico e veja se a oxigenoterapia hiperbárica pode ser um aliado para o seu caso também. Em caso de dúvidas, ligue para nossa equipe. Nós ficaremos felizes em atendê-los.
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