Author Archives: Priscilla Figueiredo

Efeito terapêutico da OHB na trombose de artéria hepática e colestase funcional pós transplante hepático

Um estudo, realizado por profissionais da USP, foi publicado na revista Transplantation Proceedings. A pesquisa foi intitulada Therapeutic Effect of Hyperbaric Oxygen in Hepatic Artery Thrombosis and Functional Cholestasis After Orthotopic Liver Transplantation”, o nome em tradução livre seria Efeito terapêutico da oxigenoterapia hiperbárica na trombose de artéria hepática e colestase funcional pós transplante hepático ortotópico”.

Esta pesquisa se mostra bastante interessante, pois ela reitera o que sabemos sobre os benefícios da oxigenoterapia hiperbárica em casos de complicações pós cirúrgicos e pós procedimentais. Segundo os autores, entre as complicações pós-operatórias, a trombose da artéria hepática pode ocorrer em até 10% dos transplantes de fígado ortotópicos em adultos e a intervenção é indicada quando isso ocorre em 30 dias por retransplante. A disfunção primária do enxerto, que pode ocorrer em até 30% dos casos e é outra complicação potencial e, embora reversível, tem uma taxa de mortalidade relativamente alta.

Nesse momento que entra a OHB, como eles mesmos citam: “a terapia hiperbárica, um modo eficiente de oxigenação tecidual, está sendo usada em um número crescente de situações clínicas”.

No estudo eles relatam os casos de dois pacientes com complicações pós transplante hepático ortotópico: um com trombose da artéria hepática e outro com disfunção primária do enxerto. Os dois pacientes foram submetidos a terapia hiperbárica e ambos apresentaram rápida recuperação clínica com redução gradual das enzimas hepáticas e canaliculares logo após o início da oxigenoterapia hiperbárica.

Link para o estudo completo aqui.

Oxigenoterapia Hiperbárica no tratamento da Osteomielite

O médico hiperbarista Sérgio Vasconcellos Trivellato tem um artigo interessante em que fala sobre a osteomielite e como a oxigenoterapia hiperbárica ajude nesse quadro. Ele traz informações de estudos comprovando esse resultado bastante significativo.

Leia a seguir:

 A Osteomielite é um processo inflamatório agudo ou crônico do tecido ósseo, produzido por bactérias piogênicas (isto é, produtoras de pus). A bactéria responsável varia de acordo com a idade do paciente e o mecanismo da infecção. Esses agentes causadores (bactéria) chegam ao tecido ósseo de diferentes maneiras: através de infecções originadas em lesões cirúrgicas ou acidentais; através de partes infectadas do corpo que aumentam a sua área afetada, atingindo os ossos; pelo sangue, que pode trazer infecções de outras partes do corpo.

A Osteomielite pode ser de origem hematogênica, isto é, causada por bactérias que se originam de um foco infeccioso afastado do osso, chegando ao mesmo através da circulação sanguínea. Este tipo de Osteomielite ocorre mais comumente em crianças. Os locais dos ossos mais afetados são a metáfise (que é uma região altamente vascularizada nos ossos em crescimento) e a epífise dos ossos longos. Pode também ser devido a uma lesão
contígua ao osso, durante um trauma direto (como exemplo: trauma produzido por um instrumento pontiagudo, fratura exposta, feridas profundas), cirurgia ou a um foco infeccioso junto ao osso. A Osteomielite pode também ser secundária
a uma doença vascular periférica. Toda Osteomielite começa como infecção aguda. Se não tratada, ou se o tratamento
não for eficaz, evolui, por definição após seis meses, para Osteomielite crônica.

Oxigenoterapia hiperbárica é útil no tratamento coadjuvante de osteomielites. Atualmente a cultura de material colhida pela biópsia óssea é método eficiente para a terapia antimicrobiana.
Intervenções cirúrgicas programadas pode ser conduta determinante nos casos de osteomielites refratarias.

  • Perrins ET AL (1) Relataram 24 pacientes com osteomielite crônica recidivante, nos quais a sequestrectomia prévia, uso de antibióticos de largo expectro haviam fracassado. A associação de oxigenoterapia hiperbárica e antibiótico resultaram em cicatrização de 17 dos 24 pacientes (70,8%).
  • Depenbusch ET AL (2) relataram 50 pacientes nos quais a cirurgia e antibióticos não foram eficazes no controle do osteomielite. Após associação com oxigenoterapia hiperbárica 71% dos pacientes apresentaram cicatrizarão óssea.
  • Morrey AL (3) fizeram estudos nos quais os pacientes foram usados como seus próprios controles. Relataram 40 pacientes com osteomielite crônica com resposta precária a cirurgia e antibióticos.
  • Todos pacientes apresentavam infecção por mais de 1 mês. Foram submetidos a desbridamento cirúrgico prévio, antibiótico via parenteral, acompanhamento por 12 meses. Após o tratamento com oxigenoterapia hiperbárica, cirurgia apropriada e uso de antibióticos, 34 pacientes (85%) estavam livres da doença e 06(15%) apresentaram recidivas.

A equipe do médico ainda confirma:

Temos tido resultados excelentes nos casos agudos, subagudas e crônicos de osteomielite – infecções músculo cutâneo e necrose, com seguinte terapia: Procedimentos Cirúrgicos, Câmara Hiperbárica Diária e Antibioticoterapia. Temos utilizado inclusive em enxertos ósseos com fator de crescimento, acelerando em 50% o tempo de cicatrização.

Fonte

OHB e Doenças Hepáticas

Há alguns anos foi publicado na revista Acta Cirúrgica Brasileira um artigo científico intitulado “Oxigenoterapia Hiperbárica e Regeneração Hepática”. O estudo foi realizado por pós-graduandos e docentes dos departamentos de cirurgia, anatomia e patologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

O interessante desse estudo é que ele nos mostra como a oxigenoterapia hiperbárica pode ser um aliado no tratamento de doenças hepáticas, com resultados muito significativos.

O que os estudiosos nos dizem dessa relação é o seguinte:

Na área da hepatologia poucos trabalhos são encontrados na literatura. Inicialmente, a OHB foi descrita para a preservação de enxertos hepáticos, em 1968. Recentemente, alguns autores aprofundaram-se no estudo dos efeitos e da utilização da OHB em outros campos da hepatologia. Burk e col tratou um grupo de ratos com 2 atm de oxigênio por 6 horas após a administração de CCl intragástrico e observou um aumento na sobrevida de 31% para 96%. Este autor, baseado em seus achados, conclui que a oxigenoterapia hiperbárica deva ser utilizada o mais precoce possível em todos os casos de intoxicação por CCl em humanos.

Mazariegos e col. em 1999, publicou estudo comparando a evolução de crianças submetidas a transplante de fígado que evoluíram com trombose precoce da artéria hepática (TAH). Neste trabalho o autor comparou 14 casos de TAH que ocorreram entre 1989 e 1994 (grupo controle), com 17 casos de TAH que ocorreram entre 1994 e 1998 os quais foram submetidos a oxigenoterapia hiperbárica iniciada nas primeiras 24 horas do diagnóstico. O Grupo de Mazariegos observou que não houve diferença significativa na sobrevida e na taxa de retransplante. Porém, os casos que necessitaram retransplante, foram realizados mais tardiamente e em condições semi-eletivas no grupo tratado com OHB (p<0,05). Isto poderia explicar a mortalidade zero neste grupo quando submetido a retransplante contra 2 óbitos dos pacientes submetidos a retransplante que não receberam OHB.

Uwagawa e col. em 2001 comparou, em estudo experimental, o efeito da oxigenoterapia hiperbárica em ratos submetidos a ligadura do ramo direito da veia porta, simulando a técnica de embolização pré-operatória da veia porta. O autor observou aumento significativo dos níveis séricos de fator de crescimento de hepatócito (HGF), aumento na proliferação celular e hipertrofia compensatória nos segmentos hepáticos não ligados do grupo que recebeu OHB.

Desta forma, a oxigenoterapia hiperbárica surge como mais uma ferramenta para o tratamento das doenças hepáticas. É necessário, no entanto, trabalhos experimentais e clínicos para ampliar os conhecimentos existentes nesta área. Neste sentido, resultado preliminar de estudo sobre o efeito da oxigenoterapia hiperbárica na regeneração hepática, realizado em nosso laboratório, revelou aumento de aproximadamente 50% da regeneração hepática, avaliada pelo método do PCNA.

Consulte seu médico e veja se a oxigenoterapia hiperbárica pode ser um aliado para o seu caso também. Em caso de dúvidas, ligue para nossa equipe. Nós ficaremos felizes em atendê-los.

Para ler o estudo clique aqui

 

Doença de Chron e Oxigenoterapia Hiperbárica

Um estudo recente, desenvolvido pelos autores da USP Iezzi, Leonardo Estenio; Feitosa, Marley Ribeiro; Medeiros, Bruno Amaral; Aquino, Jussara C.; Almeida, Ana Luiza Normanha R. de; Parra, Rogério Serafim; Rocha, José Joaquim Ribeiro da e Feres, Omar é bastante interessante para a nossa área. O artigo, intitulado “Crohn’s disease and hyperbaric oxygen therapy”, pretende estudar a aplicação da terapia hiperbárica em pacientes com doença de Chron (CD) que se apresentam refratários a terapia farmacológica, que evoluíram com complicações abdominais, orificiais ou dermatológicas.

Para que isso fosse avaliado eles contaram com a participação de 14 pacientes, que foram selecionados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo e no Centro de Medicina Hiperbárica do Hospital São Paulo de Ribeirão Preto. Todos os 14 pacientes selecionados eram portadores de Doença de Crohn refratária ao tratamento farmacológico e foram submetidos a sessões de oxigenoterapia hiperbárica.

Os resultados foram incrivelmente positivos. Dos 14 pacientes avaliados, 11 apresentaram uma boa resposta com a inclusão da oxigenoterapia hiperbárica no tratamento. Com isso, os estudiosos concluíram que a OHB traz benefícios aos pacientes com doença de chron. Principalmente aqueles refratários ao tratamento farmacológico.

 

Fonte: Acta Cirúrgica Brasileira, v.26, suppl.2, p.129-132, 2011 http://producao.usp.br/handle/BDPI/7335

 

Entrevista com um especialista em Medicina Hiperbárica

O Dr. Norman McCulloch Jr., membro da equipe médica do Hamilton Wound Care, nos Estados Unidos, deu uma entrevista bastante interessante sobre a câmara hiperbárica e como ele conheceu seus benefícios. Como a maioria da nós que sabemos os benefícios desse tratamento, ele conheceu alguém próximo a ele que passou pela oxigenoterapia hiperbárica e percebeu os benefícios incríveis de um tratamento indolor, seguro, porém muito pouco comentado. Por isso achamos o relato dele interessante, como pessoa e como médico. A seguir traduzimos livremente a entrevista.

Com uma história familiar de diabetes, o Dr. Norman McCulloch Jr. diz que viu em primeira mão os benefícios dos tratamentos hiperbáricos para sua tia e bisavó, e assistir a seus familiares serem submetidos a tratamentos despertou seu interesse pela medicina hiperbárica. “Eu vi os benefícios disso, e isso realmente me intrigou no tratamento de feridas crônicas não cicatrizadas e da morbidade geral que colocam os pacientes”, disse ele.

“A oxigenoterapia hiperbárica é um tratamento médico indolor, seguro e eficaz que utiliza oxigênio pressurizado para promover a cicatrização de feridas”, afirma o site do Hamilton Heath Care System. “O paciente descansa confortavelmente em uma câmara enquanto respira 100% de oxigênio a pressões duas a três vezes maiores que a pressão normal da atmosfera.”

Um regime de tratamento típico consiste em 30 a 40 tratamentos individuais, durante duas horas, uma vez por dia, durante cinco ou seis dias por semana. “Durante o tratamento, o paciente estará em uma câmara que permite a liberdade de movimento. A maioria dos pacientes assiste à TV, ou escuta música ou cochila durante o tratamento.”

McCulloch disse que o benefício do tratamento é que ele reduz a hipóxia, quando a quantidade de oxigênio que chega aos tecidos do corpo é insuficiente. “Obviamente, se você tem um sistema pressurizado que está saturado em forçar oxigênio você terá um excedente disso e é tremendo na redução da hipóxia”, disse ele. “Sabemos que existem os principais efeitos, que é a reversão da hipóxia, mas há efeitos secundários que foram elucidados em muitas pesquisas.” Segundo ele, dentre esses outros benefícios, incluem-se a formação de novos vasos sanguíneos vasculares em feridas crônicas que não cicatrizam. “A maioria das vezes, nossos pacientes já têm doença vascular, então ajuda a regenerar os novos vasos sangüíneos”, disse ele, observando que isso também ajuda no combate a infecções.

McCulloch disse que enfatiza aos pacientes que o tratamento só funciona quando os outros princípios do tratamento padrão das feridas estão em vigor e sendo abordados.

“Como consultor em tratamento de feridas, posso atender às necessidades médicas dos pacientes sem especificamente tornar-me seu provedor de cuidados primários”, disse ele. “Eu tenho praticado como um internista antes de passar por uma bolsa e acho que a população diabética pesada aqui vai se beneficiar da oxigenoterapia hiperbárica”.

McCulloch disse que a prevalência do diabetes está aumentando. “Continuamos a lidar com essa doença crônica como uma epidemia”, disse ele, alegando, ainda que a maioria dos pacientes que atende são pacientes com úlcera do pé diabético.

“Nós também tratamos os efeitos tardios da radiação e da radiação dos tecidos moles”, disse ele. “Estes são pacientes que podem ter feito uma mastectomia ou algo assim e foram submetidos a tratamento com radiação e agora têm os efeitos tardios da radiação.”

Cindy Dixon, diretora da Hamilton Wound and Hyperbaric Services, disse que McCulloch é o primeiro especialista que eles tem, visto que o centro nunca teve um especialista hiperbárico.

“Não há muitos deles por aí”, disse ela. “Seu nível de especialização é maior do que o nível de treinamento que tivemos no passado. Esperamos poder tratar pacientes com uma gama mais ampla de processos ou doenças que talvez não possamos tratar efetivamente no passado.”

O fato de ser citado na entrevista que há poucos especialistas na área mostra a necessidade que temos de passar adianta o conhecimento sobre a medicina hiperbárica, por ser, infelizmente um tratamento que muitos pacientes e até profissionais da saúde, ainda não conhecem. Aqui em Campinas a Hypermed atua com uma equipe especializada e experiente, que atua desde 1979, tendo sido a primeira clínica particular de medicina hiperbárica do Brasil. Quaisquer dúvidas, entre em contato conosco e converse com nossos especialistas.

Para ler a entrevista em sua língua original, clique aqui.