Nesse ano de 2018 foi publicado na Revista Uniplac um estudo produzido por Marina Felippe, que é basicamente uma revisão de literatura acerca de gangrenas de Fournier. Isso nos é explicitado muito claramente no título do estudo, que se denomina Gangrena de Fournier: revisão de literatura.
A autora logo nos apresente informações sobre o quadro estudado, dizendo que a gangrena de Fournier é uma fasciite necrotizante causada por microorganismos que fazem sinergismo entre si e contribuem, assim, para o alastramento da infecção e necrose na região perineal, acontecendo principalmente em homens. Por suas características, é uma doença de evolução muito rápida e por isso com alta mortalidade caso não seja tratada precocemente. Esse tratamento, que deve ser precoce, envolve antibióticos, debridamento cirúrgico e oxigenoterapia hiperbárica.
Foi por conta da grande mortalidade da doença que Felippe resolveu estudar o que já havia sido publicado sobre o assunto. Para esse estudo foram utilizados livros didáticos dos anos de 2005 e 2016 e artigos científicos de 2007 a 2016.
O que foi encontrado nesses estudos, resumidamente falando, segundo a própria autora, é que “a gangrena de Fournier pode ser causada por afecções cutâneas, abscessos e estenoses uretrais. Ela é polimicrobiana sendo os microorganismos aeróbios Gram negativos mais frequentes a Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa e Proteus mirabilis. Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Streptococcus viridans e Streptococcus fecalis estão entre os mais frequentes Gram positivos. As bactérias aeróbicas vão causar uma obstrução vascular no local da infecção por meio da agregação plaquetária e as anaeróbias vão ocluir por meio da síntese de heparinase. As bactérias gram-negativas vão atuar na infecção pela produção de endotoxinas, induzindo a trombose vascular. A doença pode afetar pessoas de todas as idades, porém, tem preferência pelo sexo masculino. Existem fatores de risco para o desenvolvimento da doença como positividade para HIV, diabetes mellitus e alcoolismo.” Sobre o diagnóstico e o tratamento, o estudo apresenta que “o diagnóstico é clínico baseado nos fatores de risco, evolução rápida e quadro clínico sugestivo para a infecção. O tratamento consiste em antibióticos de amplo espectro e desbridamento cirúrgico de emergência associado à oxigenoterapia hiperbárica. Os cuidados locais com a ferida também são importantes”.
Esse estudo se mostra relevante para entendermos aspectos importantes da gangrena de Fournier, compreendendo principalmente é que indispensável um diagnóstico precoce e início do tratamento também o mais precocemente possível, envolvendo os antibióticos, o debridamento e a oxigenoterapia hiperbárica.