OHB como aliada em complicações de cirurgias de vias aéreas

Um estudo realizado pelos autores Tapias LF, Wright CD, Lanuti M, Muniappan A, Deschler D, Mathisen DJ. Foi publicado no PubMed no mês passado, janeiro de 2020.

O estudo, intitulado, em tradução livre, “Oxigenoterapia hiperbárica na prevenção e tratamento de complicações anastomóticas traqueais e esofágicas”, tinha como objetivo investigar se a oxigenoterapia hiperbárica era uma aliada para resgatar anastomoses de risco ou gerenciar falhas anastomóticas em cirurgia torácica.

Para isso, os autores estudaram o caso de 25 pacientes que receberam OHB como parte do tratamento de problemas anastomóticos traqueais ou esofágicos, durante os anos de 2007 a 2018. A OHB foi administrada a 2 atm com oxigênio a 100% em sessões de 90 minutos. Como o protocolo.

Os pacientes receberam uma média de 10 sessões. E os resultados foram bastante positivos. Dos casos de anastomose das vias aéreas, 20 dos 23 pacientes foram curados (87%). No geral, um resultado satisfatório a longo prazo das vias aéreas foi alcançado em 19 pacientes (83%). Outros 4 pacientes falharam e necessitaram de reoperação. A OHB foi utilizada em 2 pacientes após a esofagectomia para gerenciar necrose focal ou isquemia na anastomose, com sucesso em 1 paciente.

Com relação a complicações, os autores falam que foram pouco frequentes, se limitando a desconfortos no ouvido.

Com isso, eles concluíram que a “OHB deve ser considerada um complemento no tratamento de problemas anastomóticos após a cirurgia das vias aéreas. Também pode desempenhar um papel após a esofagectomia. Possíveis mecanismos de ação são granulação rápida, reepitelização precoce e angiogênese”.

 

Referência:

Tapias LF, Wright CD, Lanuti M, Muniappan A, Deschler D, Mathisen DJ. Hyperbaric oxygen therapy in the prevention and management of tracheal and oesophageal anastomotic complications [published online ahead of print, 2020 Jan 13]. Eur J Cardiothorac Surg. 2020;ezz364. doi:10.1093/ejcts/ezz364