Oxigenoterapia Hiperbárica em complicações de anastomoses

Há poucos dias, o Dr. Caio Cesar Bianchini de Castro publicou no Portal PebMed um artigo intitulado “Oxigenoterapia hiperbárica na prevenção e manejo de complicações de anastomoses”.

No inicio da matéria, ele pontua que “Uma das complicações mais temidas e devastadoras em cirurgia das vias aéreas são aquelas referentes às anastomoses, com uma incidência média na literatura de ~9%.” Sobre o tratamento, “quando nos referimos às complicações anastomóticas esofágicas, sua ocorrência chega a 3.9% em alguns centros. Em ambos os casos, o tratamento instituído pode variar desde medidas não operatórias a intervenção cirúrgica de urgência, visto que estão associados a grande morbimortalidade se manejados inadequadamente”.

Assim, ele fala da oxigenoterapia hiperbárica, a forma como ela atua e cita ainda que “pode atuar sobre os tecidos lesionados por mecanismos diretos ao corrigir a hipoxemia local, promover atividade antimicrobiana, atenuação de efeitos mediados por fatores induzidos por hipóxia (HIF); ou por mecanismos secundários ao reduzir a formação de espécies reativas de oxigênio, aumentar a atividade fibroblástica, promover vasoconstrição e angiogênese e, por fim, subjugando a resposta inflamatória local”. Mostrando, assim, os ótimos efeitos de tal terapia.

Em seguida, Caio cita um estudo realizado por Tapias LF et cols. do Massachusetts General Hospital (Boston, USA), que fala sobre a experiência com o uso de OTHB na prevenção/tratamento de complicações anastomóticas em cirurgia traqueal e possíveis aplicações na cirurgia esofágica.

Nesse estudo, houve um ótimo resultado de cicatrização adequada em 20 casos (87%), sem desenvolvimento estenose clinicamente significativa. Sendo que a complicação mais relatada foi desconforto nos ouvidos além de claustrofobia. Porém, sem efeitos colaterais maiores.

O estudo cita a importância da avaliação de cada caso, verificando se o paciente se encontra em condição de realizar o tratamento, visto que não pode estar em alto risco, com necessidade de intervenções imediatas. Isso porque em caso de necessidade imediata de abordagem das vias aéreas, o tempo de descompressão pode ser um complicador (mesmo podendo ser realizado em questão de 2 minutos). Portanto, é sempre importante a indicação certeira de um profissional da saúde.

Por fim, os estudiosos concluíram que a “OTHB pode auxiliar nos quadros de deiscência parcial e necrose anastomóticas em cirurgias traqueais e laringotraqueais como opção adjuvante ao tratamento não operatório, evitando reoperações em pacientes selecionados, bem como traqueostomias/tubos T”.

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