Author Archives: Priscilla Figueiredo

Oxigenoterapia Hiperbárica em complicações por Ácido Hialurônico

Nos últimos anos, houve um grande aumento na procura de procedimentos estéticos faciais com utilização de ácido hialurônico. Dentre eles a famosa harmonização facial, além de outras formas de preenchimento facial.

As vezes o procedimento não é realizado por um médico ou esteticista e isso passa a sensação de que não é arriscado. Mas, assim como qualquer outro procedimento, existem riscos de complicações. As mais comuns são edema, hiperemia e equimose. Essas, na maioria das vezes, não chegam a requerer uma intervenção. Entretanto, outras complicações mais complexas podem ser as vasculares, podendo gerar necrose tecidual com perda de tecido, o que leva a sequelas. Há também o risco de injeção acidental intravenosa do ácido hialurônico, o que obstrui o fluxo sanguíneo na região, podendo necrosar o tecido.

Os sinais iniciais desse tipo de complicação são palidez da pele na região e uma aparência malhada na pele. Depois disso, surge a isquemia, podendo aparecer bolhas, úlceras e necroses na região afetada. Estudos mostram que casos graves podem levar a perda de visão devido a oclusão da artéria retiniana.

Em todos esses casos de complicações mais complexas, a oxigenoterapia hiperbárica (OHB) é indicada. O tratamento deve ser iniciado precocemente, aos primeiros sinais, para que impeça de o quadro evoluir para necrose, perda de tecido ou cegueira.

Se você quer entender como a OHB age e porque ela funciona nesses casos, temos aqui no site alguns posts que explicam sobre o tratamento.

REFERÊNCIAS

Fonte: naPautaOnline

Daher JC, et al. Vascular complications from facial fillers with hyaluronic acid: preparation of a prevention and treatment protocol. Ver.Bras.Cir.Plast.2020;35(1):2-7

Thom SR, et al. Hyperbaric Oxygen inhibits Neutrophyl Adherence via a Nitric Oxide Dependent Mechanism. Undersea & Hyperbaric Medicine. 28(Supp):26. 2001.

Kruize RG, et al.Hyperbaric Oxygen Therapy in Hialuronic acid filler-Induced dermal Ischemia. Dermatol Surg.2020 Dec;46(12):1755-1757.

 

 

OHB no tratamento de infecção pós cirúrgica

Apesar de as matérias disponíveis sobre o assunto não informarem o nome da paciente ou do hospital em que o procedimento ocorreu, provavelmente devido a um processo sigiloso, ocorreu recentemente que uma paciente passou por uma cirurgia para substituição de válvula cardíaca e acabou tendo que permanecer internada devido a um processo infeccioso. O laudo informou que a bactéria era de origem hospitalar.

Durante essa internação para lidar com esse processo infeccioso, que a paciente afirma ter ocorrido devido a má higienização do hospital, o tratamento a que os médicos recorreram foi a Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB), que é muito usada para lidar com infecções. A OHB associada ao uso de antibióticos foi de grande sucesso e a paciente já recebeu alta.

Hoje corre um processo e o hospital deve indenizar paciente.

Fonte: ConexãoCapixaba

UFSM cria centro de pesquisa em terapia hiperbárica veterinária

Essa semana saiu no site AgroLink uma matéria bastante interessante. O Hospital Veterinário (HVU) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, adquiriu uma câmara hiperbárica para tratamento de animais. Com isso o país passa a ter um centro de pesquisa em terapia hiperbárica focada em medicina veterinária.

Assim como a OHB para humanos, a terapia visa tratar lesões, doenças e preparar para cirurgias dos animais, aumentando a chance de sucesso.

O professor da UFSM, Daniel Curvello, acredita que a presença da OHB trata benefícios na melhora de tratamento para os animais, mas também viabilizará pesquisas e estudo e aprendizado dos alunos. Mas protocolos devem ser seguidos, o tratamento será utilizado apenas com indicações médicas, após todo o processo de consultas, exames e análise de cada caso.

A matéria ainda cita um artigo publicado na Revista de Ciência Veterinária e Saúde Pública em que pesquisadores avaliaram a utilização da oxigenoterapia hiperbárica no processo de cicatrização por mordedura em cão. Os resultados mostraram como o processo cicatricial de feridas foi acelerado com o equipamento.

Aqui em nosso blog, já falamos também sobre outro estudo que avaliou a utilização da técnica no tratamento de fasceíte necrotizante do prepúcio (infecção na genital) de um cão idoso, de 14 anos. Tratado com oxigenoterapia hiperbárica, a total regressão da lesão foi observada em 10 sessões hiperbáricas. Você pode ler essa matéria clicando aqui.

Estudo sobre Gangrena de Fournier e OHB

Um estudo deste ano, publicado na Revista USP, chamado “Perfil dos pacientes com gangrena de Fournier utilizando a oxigenoterapia hiperbárica como tratamento adjuvante”, foi realizado por Tikami, Simão, Passerotti e Barbosa.
Os pesquisadores pretendiam avaliar os resultados obtidos em pacientes com Gangrena de Fournier (GF) que utilizavam a oxigenoterapia hiperbárica (OHB) como tratamento adjuvante.

Para isso, eles fizeram uma análise dos casos que tinham registrados de pacientes com GF submetidos a OHB durante os anos de 2008 a 2018, em uma clínica de oxigenoterapia hiperbárica de Bauru – SP.

No total, foram analisados 38 pacientes. E com o estdo eles concluíram que o efeito da OHB como tratamento adjuvante oferece vantagem no tratamento da GF, resultando em considerável alta médica dos pacientes e baixa mortalidade. Eles citam ainda que o tratamento da OHB promove o reparo e a cicatrização dos tecidos, facilitando a angiogênese e o crescimento de fibroblastos, estimulando a atividade anti-inflamatória. Com isso, eles sugerem “uma  vasta  divulgação  da

eficiência do tratamento com a OHB, podendo ampliar a quantidade de equipamentos disponíveis para comunidade, resultando em uma opção de terapia segura e eficaz para uma extensa gama de patologias”.

Você pode ler o estudo completo clicando aqui

Oxigenoterapia Hiperbárica para pacientes com COVID-19

Um estudo realizado esse ano por médicos do hospital General Hospital of the Yangtze River Shipping of Wuhan de Wuhan, na China, se mostra bastante importante. O estudo procurou compreender qual é o papel de oxigenoterapia hiperbárica em pacientes com pneumonia grave decorrente do coronavírus.

Para compreender o papel da OHB, eles acompanharam 5 pacientes, com idades entre 24 e 69 anos, com sintomas progressivos e diagnóstico grave da COVID-19. Para esses pacientes, além da rotina de cuidados padrão, foram incluídos também de 3 a 8 sessão de OHB. Após isso, eles coletaram dados do estado geral de saúde desses pacientes e de outros pacientes que não receberam o tratamento.

O que eles encontraram com resultado é que os graves sintomas da pneumonia por coronavírus foram atenuados desde a primeira sessão de oxigenoterapia hiperbárica, enquanto antes da sessão os sintomas pioravam a cada dia. Outros dados de saúde mostraram que desde a primeira sessão o estado de saúde geral do paciente começa a melhorar. Além da imagem de tórax obtida durante e após o tratamento com OHB mostrar significativa melhora na lesão pulmonar dos pacientes acompanhados.

Com isso, eles compreenderam que os dados sugerem que a OHB pode ajudar a corrigir a hipóxia sistemática, beneficiar a circulação e a função imunológica do paciente. Os pesquisadores supõem que a hipóxia sistêmica progressiva desempenha um papel importante na doença, por isso veem a OHB como um tratamento importante em casos de pneumonia por COVID-19. O tratamento precoce com OHB pode melhorar a eficiência total dos tratamentos sistêmicos de suporte, reduzir o uso de mecanismos ventilação e até mortalidade de pacientes graves ou gravemente enfermos com COVID-19.

Você pode ler o estudo completo clicando aqui