Author Archives: Priscilla Figueiredo

Enxertos e oxigenoterapia

O Prof. Dr. Darceny Zanetta-Barbosa, Mestre e doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, falou em um artigo para um site da área sobre os benefícios da Oxigenoterapia Hiperbárica para melhorar o prognóstico de reconstruções.

Segundo ele, “A reconstrução de defeitos ósseos extensos é de grande importância para a reabilitação e melhoria da qualidade de vida de indivíduos mutilados por cirurgias ressectivas, grandes traumatismos ou mesmo por extensa reabsorção óssea.

A abordagem dessas reconstruções normalmente é feita através de enxertos ósseos autógenos vascularizados ou livres, com resultados satisfatórios, sendo os enxertos livres de crista ilíaca os mais utilizados.
No entanto, defeitos ósseos extensos ainda constituem um grande desafio, devido à maior possibilidade de complicações e menor previsibilidade de reabsorção do enxerto, o que pode dificultar, ou mesmo impedir, a posterior instalação de implantes e a conclusão da reabilitação.”

É aí que surge a Oxigenoterapia Hiperbárica, sendo uma excelente alternativa complementar para as reconstruções ósseas, melhorando o prognóstico e aumentando a previsibilidade dos grandes enxertos. Ele cita ainda que “Estudos histológicos realizados em animais demonstram resultados favoráveis quanto à aceleração da incorporação do enxerto ósseo, quando comparados a grupos controles que não foram submetidos ao protocolo de oxigenação. Outras vantagens, como a maior capacidade de preenchimento de defeitos ósseos e uma maior quantidade de osso neoformado, também têm sido relatadas.”

O doutor ainda conclui que “Os benefícios fisiológicos desta terapia complementar têm melhorado o prognóstico das reconstruções com enxertos ósseos, propiciando melhoria do osso enxertado não apenas em quantidade, mas também em qualidade, o que favorece a reabilitação com implantes dentários, propiciando melhor estabilidade primária e favorecendo a aplicação de carga imediata.”

 

Fonte

Efeitos da Oxigenoterapia hiperbárica nos sintomas da fibromialgia

Estudiosos de diversos departamentos de medicina de Israel realizaram um estudo para compreender melhor os efeitos que a Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) tem no quadro de Fibromialgia.

Segundo os próprios autores, a síndrome da fibromialgia (SFM) é um distúrbio persistente e debilitante, que prejudica a qualidade de vida e atinge de 2 a 4% da população, ocorrendo mais em mulheres, sendo que a cada 10 casos, 9 ocorrem com mulheres e 1 com homem. A SFM sensibiliza o sistema nervoso central e está associada a atividade cerebral anormal. Os principais sintomas incluem dor crônica generalizada, alodinia e sensibilidade difusa, além de fadiga e distúrbios do sono. A síndrome é ilusória e refratária.

Para realizar esse estudo, os autores dividiram em grupos pacientes que apresentava o quadro estudado. Em um dos grupos, os pacientes foram tratados com OHB e avaliados antes e depois do tratamento. Outro grupo, os pacientes foram tratados inicialmente sem a OHB e apenas posteriormente fizeram o tratamento. Estes do segundo grupo foram avaliados três vezes, no início, depois do tratamento sem OHB e depois do tratamento com OHB. Os autores deixam bastante explícito que as avaliações consistiram no exame físico, incluindo contagem de pontos sensíveis e limiar de dor, avaliação extensa da qualidade de vida e imagens por tomografia computadorizada de emissão de fóton único (SPECT) para avaliação da atividade cerebral.

Com relação ao tratamento de OHB, o protocolo que foi seguido compreendia um total de 40 sessões, que ocorriam 5 dias na semana, durante 90 minutos, com inalação de 100% de oxigênio no 2ATA.

Os resultados são bastante significativos. Nas palavras dos próprios autores: “A OHB em ambos os grupos levou a uma melhora significativa de todos os sintomas da SFM, com melhora significativa na qualidade de vida. A análise da imagem SPECT revelou retificação da atividade cerebral anormal: diminuição da hiperatividade principalmente na região posterior e elevação da atividade reduzida principalmente nas áreas frontais”.

Você pode ler o estudo completo clicando aqui: https://journals.plos.org/plosone/article/authors?id=10.1371/journal.pone.0127012

Ator português Ângelo Rodrigues é tratado com oxigenoterapia hiperbárica

Ângelo Rodrigues é um ator português de bastante sucesso no país, interpretando papéis em novelas famosas e indicadas ao Emmy.
Recentemente, Ângelo aplicou em si mesmo injeções de testosterona, por motivos estéticos. Essas aplicações geraram infecções que se complicaram bastante. O ator passou por três cirurgias e hemodiálise para lidar com o tecido morto, os músculos infectados na região e a grave infecção ocasionada pelas aplicações caseiras.

Agora, o jovem começa a ser tratado com oxigenoterapia hiperbárica, com o objetivo de acelerar a cicatrização e também tentar evitar a amputação de uma das pernas, da qual foi retirada uma grande quantidade de tecido necrosado.

Como já explicamos por aqui, a oxigenoterapia hiperbárica consiste em oferecer oxigênio puro a 100% dentro de um ambiente com a pressão superior à pressão atmosférica ao nível do mar, no interior de uma câmara hermeticamente fechada. O resultado é um aumento do oxigênio transportado pelo sangue (cerca de 20 vezes mais do que o normal) que, por sua vez, permite combater infecções bacterianas e por fungos, acelerar a cicatrização de feridas crônicas e agudas, neutralizar substâncias tóxicas e toxinas e aumentar o efeito de alguns antibióticos.

Fonte: https://www.publico.pt/2019/09/02/culto/noticia/angelo-rodrigues-tratado-camara-hiperbarica-funciona-1885266

Resolução do CFM sobre Oxigenoterapia Hiperbárica

Por ser um tratamento pouco conhecido comercialmente, a medicina hiperbárica levanta muitas dúvidas como por exemplo quando se iniciou essa prática, como é realizado, que profissionais da saúde podem fazer essa indicação, quais as indicações mais comuns e etc.
Por isso resolvemos trazer para vocês a resolução do Conselho Federal de Medicina de 1995, que pode responder algumas dessas questões.

Lembrando que se você estiver em dúvida se o tratamento é adequado para seu quadro, procure seu profissional de confiança ou entre em contato com nossa equipe, ficaremos felizes em esclarecer suas dúvidas.

RESOLUÇÃO CFM nº 1.457/95

O Conselho Federal de Medicina, no uso da atribuição que lhe confere a Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e
CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Medicina, em conjunto com os Conselhos Regionais de Medicina, constitui o órgão supervisor e fiscalizador do desempenho profissional dos médicos em todo o país;
CONSIDERANDO o surgimento de novas técnicas e procedimentos de pesquisa em medicina, cuja aplicação implica na fiel observância dos preceitos contidos no Código de Ética Médica;
CONSIDERANDO a necessidade de se estabelecer uma correta definição sobre as características e fundamentos da Medicina Hiperbárica;
CONSIDERANDO a oxigenoterapia hiperbárica (OHB) como procedimento terapêutico consagrado nos meios científicos e incorporado ao acervo de recursos médicos, de uso corrente em todo o País;
CONSIDERANDO o decidido na Reunião Plenária de 15 de setembro de 1995,

RESOLVE:

Adotar as seguintes técnicas para o emprego da OHB.

I – DISPOSIÇÕES GERAIS

1.1 – A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) consiste na inalação de oxigênio puro, estando o indivíduo submetido a uma pressão maior do que a atmosférica, no interior de uma câmara hiperbárica;
1.2 – As câmaras hiperbáricas são equipamentos resistentes a pressão e podem ser de dois tipos – multipaciente (de maior porte, pressurizada com ar comprimido e com capacidade para várias pessoas simultaneamente) e o monopaciente (que permite apenas a acomodação do próprio paciente, pressurizada, em geral, diretamente com 02);
1.3 – Não se caracteriza como oxigenoterapia hiperbárica (OHB) a inalação de 100% de 02 em respiração espontânea ou através de respiradores mecânicos em pressão ambiente, ou a exposição de membros ao oxigênio por meio de bolsas ou tendas, mesmo que pressurizadas, estando a pessoa em pressão ambiente.

II – INDICAÇÃO

2 – A indicação da oxigenoterapia hiperbárica é de exclusiva competência médica.

III – APLICAÇÃO

3 – A aplicação da oxigenoterapia hiperbárica deve ser realizada pelo médico ou sob sua supervisão;
4 – As aplicações clínicas atualmente reconhecidas da oxigenoterapia hiperbárica são as seguintes:
4.1 – Embolias gasosas;
4.2 – Doença descompressiva;
4.3 – Embolias traumáticas pelo ar;
4.4 – Envenenamento por monóxido de carbono ou inalação de fumaça;
4.5 – Envenenamento por cianeto ou derivados cianídricos;
4.6 – Gangrena gasosa;
4.7 – Síndrome de Fournier;
4.8 – Outras infecções necrotizantes de tecidos moles: celulites, fasciites e miosites;
4.9 – Isquemias agudas traumáticas: lesão por esmagamento, síndrome compartimental, reimplantação de extremidades amputadas e outras;
4.10 – Vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou por toxinas biológicas (aracnídeos, ofídios e insetos);
4.11 – Queimaduras térmicas e elétricas;
4.12 – Lesões refratárias: úlceras de pele, lesões pé-diabético, escaras de decúbito, úlcera por vasculites auto-imunes, deiscências de suturas;
4.13 – Lesões por radiação: radiodermite, osteorradionecrose e lesões actínicas de mucosas;
4.14 – Retalhos ou enxertos comprometidos ou de risco;
4.15 – Osteomielites;
4.16 – Anemia aguda, nos casos de impossibilidade de transfusão sangüínea.

IV – TRATAMENTO

5 – O tratamento deve ser efetuado em sessões, cuja duração, nível de pressão, número total e intervalos de aplicação são variáveis, de acordo com as patologias e os protocolos utilizados.
Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília-DF, 15 de setembro de 1995.

WALDIR PAIVA MESQUITA
Presidente

ANTÔNIO HENRIQUE PEDROSA NETO
Secretário-Geral

Surdez Súbita Idiopática e OHB

Um estudo realizado por profissionais e estudiosos da área de otorrinolaringologia traz o nome de “Oxigenoterapia Hiperbárica no tratamento da surdez súbita idiopática”.

Segundo os autores, esse tipo de quadro de Surdez Súbita ainda tem um prognóstico e tratamento muito controversos. Assim, eles quiseram investigar a ação auxiliadora da oxigenoterapia hiperbárica (OHB) em tais casos, visto que esse tratamento permite uma melhor oxigenação da cóclea e pode ter efeito benéfico para pacientes com esse quadro.

Os autores estudaram casos já atendidos na instituição Hospital Pedro Hispano – Unidade Local de Saúde de Matosinhos, que haviam passado por tratamento com OHB. O que eles encontraram foi que a OHB obteve um bom resultado em 31,1% dos doentes que fizeram o tratamento. Se colocado como tratamento logo no início, esse índice de bom resultado sobe para 47,6% dos doentes com recuperação média.

O que eles concluíram a partir disso é que, mesmo sendo uma doença imprevisível em sua progressão, tratamentos e resultados, a OHB tem papel importante no tratamento dessa patologia. Esse benefício pode vir como tratamento inicial (associado a outras terapêuticas) ou até como tratamento salvage, quando não há alternativas. Os autores concluem dizendo que mais estudos devem ser feitos, mas esse resultado deve encorajar a continuação do uso dessa terapêutica nesse quadro.

Você pode ler o estudo completo aqui.