Author Archives: Priscilla Figueiredo

O alto custo do pé diabético no Brasil

O estudo “Annual Direct Medical Costs of Diabetic Foot Disease in Brazil: A Cost of Illness Study”, publicado recentemente na revista International Journal of Environmental Research and Public Health, faz parte de um grande projeto do Ministério da Saúde para estimativas dos custos do diabetes e das doenças crônicas no Brasil. Foi realizado por pesquisadores da Universidade de Goiás, Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Rio Grande do Sul entre 2014 e 2017.

Entre as várias complicações crônicas que estão associadas com diabetes mellitus, o “pé diabético” é altamente frequente, estando associado com elevada morbidade, mortalidade e custos significativos para os pacientes, suas famílias e a sociedade.

Estima-se que nos países em desenvolvimento, 25% dos pacientes com diabetes desenvolverão pelo menos uma úlcera do pé durante a vida. Contudo, ainda faltam evidências sobre a epidemiologia e custos do “pé diabético” no Brasil e no mundo. Os custos da saúde são cinco vezes maiores em indivíduos com diabetes e úlceras no pé quando comparados com a ausência de úlceras. Esses custos estão principalmente relacionados às hospitalizações, mas também com o tratamento e acompanhamento de pacientes ambulatoriais.

O objetivo deste estudo foi estimar os custos médicos diretos do “pé diabético” na perspectiva do sistema público de saúde brasileiro (SUS), em 2014. Um modelo de árvore de decisão foi construído para descrever várias síndromes clínicas hipotéticas relacionadas ao “pé diabético”: pé neuroisquêmico, úlcera ativa do pé (com/sem infecção), osteomielite com/sem amputação, e tratamento clínico pós-amputação. Os parâmetros e fontes do modelo epidemiológico para o caso base e análises de sensibilidade foram obtidos na literatura nacional e estimativas populacionais (IBGE). Utilizou-se a metodologia do micro-custeio a partir de um painel de 12 especialistas que estimaram a utilização de recursos de saúde para cada caso clínico (visitas profissionais de saúde; exames de imagem e laboratório; medicamentos; procedimentos e terapias não farmacológicas; desbridamento e curativos, sapatos ortopédicos e muletas). Para estimativa dos custos hospitalares utilizou-se a metodologia do macro-custeio, ou seja, os valores reembolsados pelo SUS para pacientes hospitalizados a partir do Sistema Nacional de Informações sobre Hospitalização.

Foram consideradas as principais doenças relacionadas através dos CID10 registrados como causa de internação, categorizando-as em dois grupos: (1) diagnóstico principal de diabetes com um procedimento médico relacionado ao “pé diabético” (tratamento de ulceras infectadas, revisão de coto cirúrgico, amputação); e (2) diagnóstico principal de qualquer uma das seguintes condições médicas relacionadas ao “pé diabético”: neuropatias, úlceras, gangrena, osteomielite e amputações.

Assumindo uma prevalência de 6,4%, teríamos 9,2 milhões de adultos com diabetes no Brasil, cerca de 829.724 de indivíduos com pé neuro-isquêmico, dos quais 43.726 com úlceras no pé. Estimamos que a maioria desses pacientes seria tratada como pacientes ambulatoriais (n = 42.983), e destes, metade deles teria uma úlcera infectada (n = 21.492). O número estimado de indivíduos amputados seria de 11.284.

O custo médio anual estimado para o tratamento ambulatorial de um indivíduo com “pé diabético” foi de R$ 600,44 (DP R$ 183) para o pé neuro-isquêmico sem úlcera, R$ 712,95 (DP R$ 501) para úlcera não infectada, R$ 2.824,89 (DP R$ 2.061) para úlcera de pé infectada e R$ 1.047,85 (DP R$ 497) para acompanhamento clínico de pacientes amputados. Os custos médicos anuais totais estimados para todo o Brasil no caso base foram de R$ 586,1 milhões, variando de R$ 188,5 milhões para R$ 1,27 bilhões em análises de sensibilidade. A maior parte dos custos (85%) foi para o tratamento de pacientes com pé neuroisquêmico com úlcera (R$ 498,4 milhões).

Em 2014, um total de 22.244 pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus com procedimentos relacionados ao pé diabético foram hospitalizados. Como esperado, o custo médio mais alto por paciente foi observado para pacientes com diabetes em que foi realizada amputação / desarticulação do membro inferior. O custo total estimado para todas estas condições foi de R$ 17,27 milhões. As hospitalizações devido a outros diagnósticos de complicações relacionadas ao pé diabético totalizaram 28.133, principalmente gangrena em indivíduos com diabetes (n = 15.419). Considerando todas as hospitalizações juntas, os custos para todo o país atingiram R$ 48,4 milhões em 2014.

Essas estimativas foram consideradas conservadoras já que apenas os médicos diretos foram incluídos. Os custos não médicos, perda de produtividade, custos com órteses e próteses, custos de assistência domiciliar e serviços sociais para pacientes que sofreram amputação nas extremidades inferiores, não foram incluídos neste estudo. Assim sendo, o impacto econômico geral do “pé diabético” seria ainda mais significativo no Brasil

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O texto acima, escrito pela Dra. Luciana Bahia, no site Diabetes.org.br, com base no estudo por ela mesma citado no início do texto, é de suma importância. A partir desse estudo compreendemos o impacto que a diabetes e suas complicações tem para o indivíduo, para sua família e para a sociedade no geral. É por isso que devemos sempre manter em mente a relevância da Oxigenoterapia Hiperbárica. O tratamento é altamente efetivo para casos de pé diabético e a resposta do tratamento é bastante rápida, reduzindo até pela metade os custos para a sociedade, para o indivíduo e sua família. Além de reduzir o tempo de tratamento, fazendo com que o acometido volte mais rápido a sua rotina de trabalho e isso não prejudique ainda mais sua vida financeira.

 

Matéria: Por que os atletas devem considerar oxigenoterapia hiperbárica

O site OxygenOasis publicou uma matéria falando sobre as vantagens da oxigenoterapia hiperbárica para atletas. Como a matéria é inglês, achamos que poderia ser interessante trazer para vocês o que ela diz. Leia a seguir a matéria em tradução livre:

“Não importa se você é um jogador de futebol do ensino médio, um jogador de futebol profissional ou um guerreiro espartano aos finais de semana – sofrer de uma lesão é comum entre os atletas e pode afetar sua qualidade de vida diária se a lesão não for tratada imediatamente.

Muitos atletas esquecem como é se sentir “normal” depois de lidar com uma série de lesões. Considere quantas vezes os jogadores de futebol sofrem concussões, jogadores de futebol danificam seus ligamentos, nadadores sofrem de ombro de nadador e jogadores de beisebol experimentam dor crônica no ombro ou no cotovelo. Para se recuperar, os atletas precisam cuidar de si mesmos mental e fisicamente.

A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) é um poderoso acelerador dos nossos sistemas e cicatrizante de feridas que pode ajudar os atletas a se recuperarem de lesões relacionadas ao esporte e permanecerem saudáveis.

OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA PARA ATLETAS: UMA FORMA DE CURAR CONCUSSÕES?

Há um número crescente de atletas profissionais que estão recebendo OHB para ajudá-los a se recuperar de concussões. Joe Namath, que jogou pelo New York Jets na maior parte de sua carreira na NFL, sofreu várias lesões na cabeça como quarterback da NFL. Como resultado, ele lidou com perda de memória, problemas de foco e sentimentos de ansiedade e irritabilidade antes de tentar a OHB. Agora, não apenas seus sintomas diminuíram, mas ele também é um defensor da OHB e foi recentemente um orador principal no Celebrity Sports Forum de Long Island Head Injury Association.

Bill Romanowski, um linebacker aposentado, também usa a OHB para ajudar a resolver os danos duradouros de pelo menos 20 concussões que ele sofreu durante seus 16 anos na NFL. Ele foi tratado em uma unidade hiperbárica na Califórnia por sua condição, mostrando resultados muito positivos.

OUTRAS RAZÕES RELACIONADAS AO ESPORTE QUE FAZEM OS ATLETAS BUSCAREM A OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA

A OHB atua diminuindo drasticamente a inflamação, melhorando o fluxo vascular, aumentando a liberação e ativação de células-tronco, regenerando os danos aos ossos e cartilagens e diminuindo as cicatrizes. Em estudos recentes, a OHB também trabalha em conjunto com o plasma rico em plaquetas e injeções de células-tronco para um potencial de cura ainda maior em outras lesões relacionadas a esportes além de concussões.

Por exemplo, estudos mostraram que quando a OHB é usada “como terapia adjunta após o reparo primário do lesado, é provável que aumente o sucesso” da recuperação. Atletas se recuperando de lesões de estiramento muscular também podem obter resultados mais rápidos usando OHB.

Em 2004, a ESPN informou que Terrell Owens, o agora aposentado receptor da NFL, incorporou a OHB em seu plano de recuperação depois de quebrar a perna e rasgar um ligamento em seu tornozelo como um Philadelphia Eagle. No entanto, Owens surpreendentemente retornou nessa última temporada, para surpresa de muitos, para jogar no Super Bowl XXXIX.

 

ATLETAS ESTÃO USANDO A OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA NÃO APENAS PARA CURAR LESÕES

Alguns atletas usam OHB para permanecer em ótimas condições, maximizar seu desempenho e evitar lesões. O nadador olímpico Michael Phelps é famoso por seus rígidos treinos e regimentos de recuperação. Em um anúncio da Under Armour, é possível vê-lo, em sua rotina de treinos, entrando em uma câmara hiperbárica. Phelps usou a OHB para ajudar seu corpo a se recuperar depois de treinos intensos enquanto treinava para os Jogos Olímpicos de Verão de 2012 em Londres.

O jogador de beisebol aposentado Rafael Soriano também usou esse tratamento para relaxar depois de treinar ou jogar um jogo. Ele ouviu falar pela primeira vez sobre a OHB enquanto era um arremessador do Atlanta Braves de 2007 a 2009, mas não tentou até 2012, quando o companheiro de arremessador Jose Veras o convenceu. Soriano supostamente disse que desde que ele começou a incorporar a OHB em sua rotina de recuperação, ele não se sentia exausto durante o treinamento. “Ele tira as toxinas do seu corpo e ajuda você a respirar, o seu sangue”, disse ele. “Isso ajuda.”

 

Esperamos que tenham gostado da matéria em sua tradução livre feita por nós. Se quiser ler a matéria na íntegra é só clicar aqui.

Matéria: Medicina Hiperbárica Pode Ser a Solução Para Feridas

Esse mês saiu uma matéria no Jornal Gazeta Diário falando sobre a Medicina Hiperbárica.

Leia, a seguir, grande parte da matéria:

 “O nome parece estranho, Medicina Hiperbárica, mas o tratamento, que consiste em respirar oxigênio puro a uma pressão atmosférica maior que o dobro da normal, dentro de uma Câmara Hiperbárica. Pode ajudar na cura de ferimentos graves, inclusive aqueles que estão abertos há anos. O tratamento de Oxigenoterapia Hiperbárica potencializa a vascularização dos tecidos e a ação de antibióticos, acelerando a cicatrização de lesões e evitando amputar membros. A terapia é indicada para tratar diversas doenças, que vão desde feridas com necroses, como nos pés de pessoas com diabetes, ou aquelas causadas por picada de animal peçonhento, por efeito colateral da radioterapia, passando ainda por infecções, como a síndrome de Fournier (na região genital), osteomielite (nos ossos), Úlceras de pele crônicas, queimaduras graves, entre muitas outras.

O aumento da concentração de oxigênio na corrente sanguínea ajuda no salvamento de membros e enxertos, potencializa a vascularização dos tecidos
comprometidos e a ação de antibióticos, acelerando assim cicatrização de lesões ou feridas e evitando amputações. Aplicações pouco conhecidas no país incluem o tratamento da chamada Surdez Súbita Idiopática Neurossensorial e de lesões musculares em atletas. Uma lesão que levaria um mês
para ser totalmente recuperada, pode ser tratada em dez dias.

O tempo total do tratamento dura conforme cada tipo de indicação, em média 20 sessões. Em cada uma delas o paciente permanece cerca de 1h30min na Câmara Hiperbárica, que é equipada com multimídia, além de interfone para conversar com o médico ou enfermeiro. Nesse período o paciente pode assistir TV, ouvir música ou descansar. O tratamento é seguro, efetivo é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina.”

Para ler a matéria em sua fonte, é só clicar aqui

Oxigenoterapia Hiperbárica Para Melhorar O Prognóstico Das Reconstruções Maxilofaciais

O Prof. Dr. Darceny Zanetta-Barbosa, que é Mestre e doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial fez um artigo falando sobre os benefícios da terapia hiperbárica para reconstruções, também na área odontológica.

O artigo diz:

A reconstrução de defeitos ósseos extensos é de grande importância para a reabilitação e melhoria da qualidade de vida de indivíduos mutilados por cirurgias ressectivas, grandes traumatismos ou mesmo por extensa reabsorção óssea.

A abordagem dessas reconstruções normalmente é feita através de enxertos ósseos autógenos vascularizados ou livres, com resultados satisfatórios, sendo os enxertos livres de crista ilíaca os mais utilizados. 

No entanto, defeitos ósseos extensos ainda constituem um grande desafio, devido à maior possibilidade de complicações e menor previsibilidade de reabsorção do enxerto, o que pode dificultar, ou mesmo impedir, a posterior instalação de implantes e a conclusão da reabilitação. A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) surge, neste contexto, como uma excelente alternativa complementar para as reconstruções ósseas, melhorando o prognóstico e aumentando a previsibilidade dos grandes enxertos. Consiste na administração de oxigênio a 100% em uma pressão ambiente bem maior (geralmente próxima de 2,5 ATA) do que a encontrada ao nível do mar, realizada no interior de câmaras hiperbáricas que podem ser individuais (hospedando apenas um paciente) ou múltiplas (com capacidade para hospedar vários pacientes). Estudos histológicos realizados em animais demonstram resultados favoráveis quanto à aceleração da incorporação do enxerto ósseo, quando comparados a grupos controles que não foram submetidos ao protocolo de oxigenação. Outras vantagens, como a maior capacidade de preenchimento de defeitos ósseos e uma maior quantidade de osso neoformado, também têm sido relatadas. 

A ação fisiológica da OHB tem como alvo tecidos em estado de hipóxia, ou seja, menor Pressão de Oxigênio (PO2) em relação aos outros tecidos, exatamente como acontece nos enxertos ósseos, logo após sua execução (Figura 2). Durante as sessões no interior da câmara, ocorre um estado de hiperoxigenação com elevação da POem todos os tecidos do corpo. Logo após o término da sessão, em poucos minutos, a POretorna aos níveis normais e ocorre a liberação de mediadores químicos que estimulam a síntese de colágeno e aceleram o processo de angiogênese e osteogênese, favorecendo a incorporação do enxerto pelo aumento da vascularização e diminuição do potencial de reabsorção, além de estimulo à atividade leucocitária e efeito bactericida e bacteriostático. Os benefícios fisiológicos desta terapia complementar têm melhorado o prognóstico das reconstruções com enxertos ósseos, propiciando melhoria do osso enxertado não apenas em quantidade, mas também em qualidade, o que favorece a reabilitação com implantes dentários, propiciando melhor estabilidade primária e favorecendo a aplicação de carga imediata.

Uma das questões mais pertinentes, no atual estágio de aplicação dessa terapia, refere-se ao número e frequência de sessões necessárias para a obtenção de resultados, uma vez que a técnica demanda tempo (cada sessão dura em torno de 90 minutos) e custos.

Temos indicado em torno de 30 sessões de OHB para os pacientes submetidos a grandes reconstruções, mas estamos também empenhados na realização de pesquisas que possam reduzir esse número e facilitar a aplicação em um número maior de pacientes e situações clínicas. Independentemente dessas dúvidas, as informações disponíveis na literatura demonstram uma clara vantagem no tratamento desses pacientes, colocando esse procedimento como uma excelente ferramenta para nos ajudar nas grandes reconstruções. 

Campanha “O Tempo Não Cicatriza”

Uma campanha realizada no Brasil por associações médicas e associações de enfermagem tem ganhado espaço. É a campanha O Tempo Não Cicatriza, que objetiva discutir, atualizar e proporcionar informação sobre o tratamento de feridas complexas, que impacta a qualidade de vida de muitas pessoas em nosso país.

A campanha #oTempoNãoCicatriza tem o lema de que para feridas complexas, o tratamento é o melhor remédio. A ideia, como dissemos, é conscientizar sobre feridas complexas (lesões agudas ou crônicas de difícil cicatrização), e sobre os riscos de viver com uma lesão por um longo período. Além de falar, é claro, sobre os tratamentos, muitas vezes pouco conhecidos, como a Oxigenoterapia Hiperbárica, que podem agilizar a cicatrização e restabelecer a saúde e a qualidade de vida do paciente.

O nome foi inspirado pelo ditado popular “O tempo cura todas as feridas.” No entanto queremos destacar que esse ditado nem sempre é válido para todas as feridas. Devido à falta de informação, a população em geral desconhece a diferença entre um simples machucado e uma ferida complexa, complicadas de cicatrizar, que podem exigir cuidados especiais, e que, com o passar do tempo, pode se agravar, levar a graves complicações e até mesmo comprometer a vida do paciente. As feridas complexas exigem tratamento adequado para cicatrizarem e o tempo talvez não seja suficiente para curá-las.

Veja abaixo o vídeo sobre a campanha:

Para mais informações sobre a campanha, acesse www.otemponaocicatriza.com.br