Oxigenoterapia hiperbárica diminui a mortalidade por gangrena de Fournier

Uma pesquisada publicada nesse ano, realizada por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, mostrou, através de um estudo comparativo retrospectivo, o papel importante que a oxigenoterapia hiperbárica (OHB) tem na redução de mortalidade por Gangrena de Fournier.

O estudo objetivava comparar a evolução de pacientes com Gangrena de Fournier tratados com as medidas clássicas com pacientes que foram tratados com essas medidas e ainda associaram a OHB.

O comparativo retrospectivo da evolução dos pacientes tratados por gangrena de Fournier teve duas amostras de períodos. No período I, de 1990 a 2002, os pacientes receberam tratamento padrão para gangrena de Fournier, que consistia em desbridamento cirúrgico, antibioticoterapia e terapia intensiva. Enquanto no segundo período, que se deu de 2012 a 2019, a OHB adjunta foi somada à estratégia de gestão clássica. Para melhor comparação, os pacientes foram também divididos em quatro grupos de acordo com a classificação anatômica da gravidade e a área acometida após o primeiro desbridamento. O número total de pacientes analisados foi de 197, e esses pacientes foram divididos em grupo controle (118 / 59,9%) e grupo OHB (79 / 40,1%). É importante ressaltar que a média de idade, comorbidades e classificação de gravidade anatômica também foram semelhantes entre os dois grupos.

O resultado encontrado pelos pesquisadores foi que no período I, 34 de 118 (28,8%) pacientes morreram, enquanto no grupo que fez a OHB, apenas 3 de 77 (3,7%) pacientes morreram.

O estudo concluiu que o uso de OHB adjuvante em combinação com o tratamento clássico foi associado à redução da mortalidade.

Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33642333/     

Referência: Feres O, Feitosa MR, Ribeiro da Rocha JJ, Miranda JM, Dos Santos LE, Féres AC, de Camargo HP, Parra RS. Hyperbaric oxygen therapy decreases mortality due to Fournier’s gangrene: a retrospective comparative study. Med Gas Res. 2021 Jan-Mar;11(1):18-23.